E esse sorriso maravilhoso, capaz de inspirar um país inteiro?
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Lais Souza: 'Eu me vejo trabalhando com esporte.
Competindo ou comentando'
A
atleta ficou tetraplégica após acidente em treino com esqui. Mas exibe bom
humor e pensa em se tornar ou paratleta ou comentarista de ginástica ou esqui
11/08/2015 às 18:14 - Atualizado em 11/08/2015
às 19:12
Lais Souza: 'Tenho momentos ruins,
mas preciso de energia para melhorar,
nada é fácil' (Rodrigo Antonio/VEJA)
A
ex-ginasta e ex-esquiadora Lais Souza participou nesta terça-feira dos debates
olímpicos promovidos pela Abril no Rio, projeto da editora Abril para os Jogos
Olímpicos de 2016. Alegre e espontânea, com tiradas cheias de humor, Lais deu
detalhes do acidente que a deixou tetraplégica, há um ano e sete meses, durante
um treino de esqui nos Estados Unidos. Ela falou sobre as dificuldades de viver
em uma cadeira de rodas, da importância do auxílio de seu cuidador e dos
familiares, dos avanços em sua recuperação, e do seu futuro, que deve ter o
esporte como centro, seja competindo ou como comentarista.
"Não
tenho muitas opções, mas tenho pensado bastante em ser paratleta, conheci há
pouco tempo a bocha adaptada. E também penso em trabalhar como comentarista de
ginástica ou esqui, ou os dois né? Por que não?", disse Laís, em São
Paulo.
Ela
não se constrange em nenhum momento em falar do acidente. "Aconteceu
quando treinava velocidade e freada na neve, a uns 70 km/h, perdi o timing, não
sei extamente o que aconteceu...", contou Lais sobre o momento em que se
chocou contra uma árvore, em Salt Lake City, onde treinava para os Jogos de
Inverno de Sochi, em 27 de abril de 2014. Aos 26 anos, Lais contou que ter
sobrevivido ao acidente foi "a vitória mais importante de sua carreira"
e disse estar respondendo bem aos tratamentos. "Depois de aplicação de
células-tronco nos Estados Unidos, tenho mais sensibilidade no corpo."
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Lais
não recuperou os movimentos dos membros inferiores e superiores, mas não perdeu
as esperanças. "Acredito que vou me recuperar, nem que seja apenas num
dedo. Acredito nisso", contou, exibindo a tatuagem em seu braço direito,
que representa um cadeirante voltando a andar. Disse ser muito agitada,
"espoleta", e revelou um de seus hobbies no momento - que ainda a
ajuda no tratamento. "Para fortalecer o diafragma e respirar sozinha eu
cantava muito na UTI."
Lais: bom humor e muita esperança(Rodrigo Antonio/VEJA)
Acompanhada
de seu curador, Willian Campi, a jovem natural de Ribeirão Preto agradeceu ao
apoio dos fãs e das pessoas mais próximas. "Agradeço por tanta gente me
ajudar ainda a ser eu mesma novamente. Como não me movimento, minha equipe tem
umas dez pessoas. Hoje se eu quiser tomar um banho com calma preciso de três
horas, é tudo difícil. Tenho hoje nova relação com minha família. Estamos nos
conhecendo novamente."
Lais
disputou as Olimpíadas de Atenas-2004, Pequim-2008 e Londres-2012 como ginasta.
Ela disse aguardar um convite da organização dos Jogos do Rio para acompanhar
de perto as partidas. "Além da ginástica, sou fã de basquete, vôlei,
handebol. Fui a várias Olimpíadas, mas não tinha tempo de ver os jogos,
gostaria de aproveitar isso agora."
(Da redação)
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